Dicas para curar a "ressaca" de fim de ano e driblar as despesas de janeiro.
Todo ano é a mesma coisa: quem falou que não ia gastar demais gastou e agora, no mês de janeiro, fica desesperado tentando equilibrar o orçamento para dar conta do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) do carro, livros da faculdade e dívidas feitas no cartão de crédito e no cheque especial. Para quem não resistiu aos apelos do consumo, não há dúvidas de que essa época do ano é a que traz mais dor de cabeça. No entanto, nada está perdido. Com um pouco de esforço, dá para se livrar das dívidas.
O especialista em finanças e autor do livro "Terapia Financeira" Reinaldo Domingos, acredita que, na hora do sufoco, não há melhor solução do que apertar o cinto e colocar o orçamento na ponta do lápis para sair do vermelho e não passar por isso no ano que vem. Segundo ele, é na hora do desespero que quem gastou demais precisa ver para onde foi seu dinheiro, o que será preciso fazer para se recuperar e quanto isso vai custar. Assim, além de equilibrar as finanças com sucesso, no próximo Natal, ele irá pensar duas vezes antes de estourar o orçamento.
Por esse motivo, quem se endividou precisa fazer uma planilha de gastos colocando no papel para onde foi o dinheiro já prevendo as contas futuras que, provavelmente, serão um desafio. "Nessa planilha é preciso colocar tudo, desde o cafezinho da padaria até o seguro, o IPVA e as contas da casa", explica. Esse exercício pode até parecer uma penitência, mas servirá para você ter claro em sua mente o quanto de dinheiro entra e sai mês a mês e o quanto precisa ficar em caixa para pagar as contas.
Planilha feita e você percebeu que vai faltar dinheiro para pagar as contas e saldar a dívida no cartão. Nesta hora, não tenha dúvida: renegocie. Na opinião do consultor, a melhor opção é buscar um financiamento baixo e em longo prazo (mínimo 10 parcelas) para honrar dívidas mais caras com uma parcela mensal que não vá comprometer ainda mais sua situação financeira. "Os juros estão por volta de 13% ao mês, é praticamente impossível entrar nesse parcelamento sem sair prejudicado. O melhor é recorrer a uma linha de crédito com juros mais baixos e em longo prazo", defende.
As operadoras de cartão de crédito também renegociam dívidas antes da data de vencimento da fatura, se preferir, entre em contato com sua operadora para avaliar se é válido optar por tal medida. "Essa é uma forma de comprar muito interessante, o problema é que as pessoas cometem extravagâncias e depois culpam o cartão que, no fim das contas, não compra nada sozinho", reforça Domingos.
O IPVA é outra conta que traz muita dor de cabeça no começo do ano. Com tanta coisa para pagar em janeiro fica a dúvida: devo ou não parcelar? Na opinião de Domingos a regra é simples: se você não tem dinheiro em mãos, parcele. Agora, se você tem dinheiro para pagar a vista também é importante fazer uma análise dos próximos dez meses do ano. "Você poderá ter outros compromissos que não poderá honrar se abrir mão desse dinheiro de uma vez", lembra.
Se você se enrolou no final do ano já prevendo cobrir o rombo na conta com aquele dinheiro que estava investido: cuidado. O consultor financeiro recomenda manter esse dinheiro na conta e optar por um parcelamento. "Não acho uma boa idéia mexer em `dinheiro bom´ para pagar dívidas", ressalta. Dinheiro bom, na opinião de Domingos, é dinheiro aplicado, ou seja, que gera dinheiro. Para ele, ao comprometer esta verba você sairá perdendo porque deixará de receber os lucros e terá de começar do zero. Ao parcelar, você terá uma pequena dívida por mês que, se feita em longo prazo, irá resolver problemas sem causar danos.
Para não errar
• Ao pagar IPTU ou IPVA, faça uma análise se é melhor pagar a vista ou a prazo, em função dos investimentos que faz. Se estiver sem dinheiro, sem dúvidas você deve parcelar;
• Mesmo com dinheiro em caixa nos primeiros meses, é fundamental analisar o benefício de pagar a vista o IPVA e IPTU, sempre analise os próximos 10 meses, pois poderá ter outros compromissos que não poderá pagar em função desse pagamento;
• Destine parte de seus rendimentos (de 10 a 20%) para começar a poupar;
• Seja o mais objetivo possível na hora de comprar. Priorize o que for necessário;
• Evite qualquer tipo de gasto não planejado que esteja fora de seu orçamento, como por exemplo, viagens de última hora: se privar de um desejo imediato proporcionará a realização de sonhos maiores no futuro;
• Evite a todo custo entrar no limite do cheque especial e pague a parcela mínima do cartão de crédito, essas são armadilhas para o desequilíbrio financeiro, em função dos altos juros;
• Em caso de já estar devedor no cheque especial, procure seu gerente bancário e negocie essa linha de crédito com parcelas que caibam em seu orçamento;
• Se você tiver uma aplicação, como dinheiro guardado estrategicamente para imprevistos ou objetivo, não resgate na primeira dificuldade financeira, procure combater a causa do seu endividamento e não o efeito.
Mude seu comportamento
Após seguir as dicas do consultor, é muito difícil que você entre em 2009 com um novo rombo no orçamento. No entanto, para que isso não aconteça é preciso que você mude seu comportamento emocional diante das finanças. Além de pensar bem antes de comprar qualquer coisa você também precisará aprender a dizer não para algumas pessoas. "No fim do ano são inúmeros os convites para festas e amigos secretos. Participe somente daqueles que farão diferença para você. Às vezes, as pessoas participam de festas e compram presentes para quem mal conhecem. Recusar esse tipo de convite não é vergonha para ninguém. O ideal é ser sincero e educado dizendo que em virtude de seus planos seu orçamento já está comprometido", diz.
Por fim, é muito importante que as pessoas aprendam a descriminar todas as suas fontes de renda e cada uma de suas dívidas mensalmente, assim saberão quanto podem gastar e onde podem cortar custos para atingir o equilíbrio financeiro em qualquer período do ano. Outra lição importante é fazer metas. "Quem gasta demais no final do ano, gasta porque não tem um sonho definido. Aqueles que têm em mente grandes planos para realizar sabem que precisam poupar e poupam", afirma. Por isso, se você tem grandes planos, mas até hoje nunca conseguiu tirá-los do papel e, pior, os comprometeu gastando com supérfluos, a dica é estabelecer um cronograma para concretizá-los. "Ninguém consegue guardar dinheiro simplesmente por guardar. O sucesso está em ter um objetivo, um destino para esse dinheiro. Fazendo isso, é mais difícil desviar do caminho", conclui Domingos.
Fonte: Administradores.com.br 09/01/2008Por:Lilian Burgardt - Universiahttp://www.administradores.com.br/noticias/saia_do_vermelho/13661/
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
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